sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Crônica sobre costuras

Na caixinha de papelão, original da fábrica, ainda estão guardadas as tirinhas de tecido com as letras iniciais dos nomes de meus irmãos e primos . Era assim que marcavam nossas roupas, única maneira possível de recupera-las, dentre as milhares de peças deixadas para trás, em casa de minha avó, depois das férias de verão.  Me lembro das tias reunidas na sala de costura, e entre conversas e lanchinhos deliciosos, cada uma com sua agulha, marcava as roupas dos filhos. As roupas de meus avós e bisavós também eram marcadas com letrinhas, mas aí o objetivo era garantir que depois de entregue na lavanderia as roupas voltariam para seus donos.

Mas as iniciais bordadas em tirinhas de pano de algodão não eram as únicas letras que marcaram minha infância. Havia monogramas nas toalhas de mesa, lençóis, fronhas, colchas e toalhas de banho. Estes monogramas não se compravam a metro, eram bordados um a um. Os mais sofisticados eram encomendados a costureiras especialistas no oficio e os mais simples cuidadosamente bordados em casa. Também bordei monogramas nas roupas de minha filha, não eram tão sofisticados, mas resolviam o mesmo problema, garantir as peças de volta no armário


 Letras para marcar roupa. Misturadas aí, estão as inicias de meus irmãos, primos, avós e bisavós !



 Monograma bordado na fronha do lençol de meus pais, feito para enxoval de casamento.



Detalhe de uma folha do livro de riscos de bordados e estudo de monograma.
Herdei este livro de minha avó.

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